Na Tal época de boas festas




Tempos houve, em que havia tempo. Havia postais de Natal que chegavam pelo correio, havia também correios e carteiro. Bolo rei havia, às vezes, sempre que alguém tinha oportunidade de oferecer. Chegava também, às vezes, pelo correio. Quando havia, tinha fava e brinde e nunca constou que tivesse engasgado alguém ao ponto de lhe causar asfixia.
Mas havia tempo, à luz da candeia ou do candeeiro a gás, depois do polvo e das couves de penca, havia tempo para jogar ao rapa, aos pinhões, para conversar, para viver. E, como as noites eram intermináveis, havia ainda tempo para dormir e acordar para o outro dia e descobrir as prendas que o Menino Jesus tinha trazido.
Afinal o Natal, o tal, era a consoada.
Boas Festas

4 comentários :

  1. Costumo lembrar tudo isso a degranhar uma ou outra pinha com que me presenteia o pinheirito manso.
    Acabou o convívio.
    Só lixo pela comunicação,lixo viciante e viciado.
    Um abraço,
    mário

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  2. O teu Post, Armando, trouxe-me à memória outros Natais, que nada têm a ver com o que se comemora presentemente - o Natal do toma lá dá cá, em que o rei da festa é esse velhinho, gordinho e vermelhusco.
    Nesses Natais a festa era da família e para a família, com o que era tradicional - as batatas cozidas, o polvo as couves e as rabas. Fazia-se a aletria de talhada, e as rabanadas. O bolo rei era oferta de algum familiar que vivia na cidade.
    E aguardavam-se as prendas ( umas bolachitas, uns rebuçaditos ...) que o Menino Jesus deixava no sapatinho.
    Onde isso já vai, Armando...

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  3. Boas memórias:)Deliciosas, algumas. :P

    Confesso que também tenho saudades de recber um postal de natal pelos correios...

    beijos para ti e para Pedome!

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  4. Feliz Natal caro Armando, para si e para os seus :) Abraço!

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