Memória Trás os Montes

A curva é a do Caço, no entanto esta foto em contra-luz, torna o motociclista de reconhecimento difícil. Deixo algumas pistas:
Fazia da motorizada o seu principal meio de locomoção, conhecia toda a gente das redondezas pelo apelido e achava o seu vinho o melhor da freguesia. O convite para a adega era garantido e após a prova chegava a confiramção. O vinho era mesmo de estalo.
Fez muita falta, deixou saudades, mas mais importante que tudo isso, fez muita gente feliz, quer pela sua maneira de ser, quer pelas novas que trazia.
A ele o tributo de/e reconhecimento.

9 comentários :

  1. Era o avô...??? Está muito fixe

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  2. Nestas fotografias que vão desfilando por nós,todas elas fazem parte de uma memória colectiva que a todo o custo temos que guardar.
    Ilidio de seu nome era o carteiro de Pedome, aqui visto nerta foto em mais um dia de trabalho.
    Tratei com ele durante muitos e bons anos, era um bom homem, simpatico e um bom chefe de familia.
    Respeitosamente curvo-me perante a sua memória.

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  3. Bonita homenagem que fizeste ao teu pai tão dedicado à família. Gostei de recordar o meu sogro, com quem infelizmente convivi poucos anos, mas dele só tenho boas menórias.

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  4. Esta fotografia e o comentário comoveram-me bastante.Grande Homem o carteiro, pai exemplar e trabalhador. Amigo de oferecer e pronto a convidar para beber um copo, apesar dele pouco beber, mas gostava que lhe gabassem o seu vinho. Segundo me consta os herdeiros continuam a tratar dele com muita dedicação e não o têm deixado ficar mal. continuem.

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  5. pois eu nao o reconhecia apenas com as pistas cheguei lá e descobri que era o meu avô.
    era muito meu amigo e eu dele.
    como a anas disse os herdeiros dele estao a tratar do vinho e eu se deus quiser quando for mais velha adorava prova-lo porque pelo que ouço o seu vinho é delicioso.
    tenho saudades desse velho carteiro mas teve de partir.

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  6. Grande homen, o Tio Elidio.HOnesto, trabalhador,bom chefe de familia,muito amigo do seu amigo' muito vaidoso, em tudo o que fazia ,e muito bom tio tambem.Que bom seria , viver neste mundo se toda a guente fosse como ele.Dizia-me por vezes"o meu homen. quem nao gosta de vinho,nao gosta de Deus"
    que em paz descanse.

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  7. Por essas estradas mil vezes percorridas, caminhos e atalhos, portador de noticias sempre esperadas, fazedor de amigos. Toda a gente te conhecia e tu conhecia-los a todos, pelo nome completo. Graváste-os em ti próprio e eles a ti. O teu nome ficou, com respeito, desde terras de Dadim e Castanheira até Vilartão e Tortomil por todos e grande saudade, por muitos outros.
    O melhor tributo que me podias ter deixado: o grande orgulho que sinto por ser teu filho.

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  8. Velho castanheiro da cruz, mirone priveligiado de tudo e todos, carcomido pelo tempo. Viste nascer Pedome, estás a vê-la definhar e hás-de vê-la perecer. A todos viste nascer e...partir. Tu, do alto da tua imponência a tudo vais resistindo, neves, incêndios ventos, maleitas, temporais de sol e chuva. E resistes. Sofres, sinto-o, impotente. No teu descomunal tronco guardas sibilamente histórias que não revelas e aguardas por muitas outras que sabes, morrerão contigo. Vais abanando e sofrendo quando vez partir alguém que sabes não mais ser substituido e o teu reino, outrora orgulhosamente numeroso, vai definhando, perdendo-se, acabando. Tu resistes, não por vontade, há muito que queres partir, também, mas não podes, fiel guardião. Foi em ti que o tio Abilio depositou as suas valiosas descobertas que tu guardas juntamente com as outras que por muitos anos observas-te: discussões, abraços, lágrimas, infidelidades, alegrias e sorrisos. Fiel dipositário do sonho de um povo e reles coscuvilheiro de actos menos nobres. Mas sempre silencioso e clemente, compreensivo bastante para saberes que também disso se fazem as memórias de uma aldeia. Quando partires saberei que fos-te o último.

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  9. Curva do caço, que fazes, levado em pensamentos. Que na volta do caminho, a mesma curva farás, agora com mais alento por lá em casa te esperar a mulher e os rebentos. Fora um dia cansativo, calcorreando aldeias, na bolsa levando cartas, de notícias, ora boas ora nefastas e na cabeça as ideias, que de tanta gente ver, outras não podiam ser que viver, viver…viver. Um dia terá de ser. Até a mota há-de acabar, as cartas hão-de mingar e, se não, há-de chegar alguém de um outro lugar. A curva, pelo menos essa, há-de ficar até ver outros carros outras motas, outras pessoa também, a passar.

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