Tempos houve, em que havia tempo. Havia postais de Natal que chegavam pelo correio, havia também correios e carteiro. Bolo rei havia, às vezes, sempre que alguém tinha oportunidade de oferecer. Chegava também, às vezes, pelo correio. Quando havia, tinha fava e brinde e nunca constou que tivesse engasgado alguém ao ponto de lhe causar asfixia.
Mas havia tempo, à luz da candeia ou do candeeiro a gás, depois do polvo e das couves de penca, havia tempo para jogar ao rapa, aos pinhões, para conversar, para viver. E, como as noites eram intermináveis, havia ainda tempo para dormir e acordar para o outro dia e descobrir as prendas que o Menino Jesus tinha trazido.
Afinal o Natal, o tal, era a consoada.
Boas Festas
Costumo lembrar tudo isso a degranhar uma ou outra pinha com que me presenteia o pinheirito manso.
ResponderEliminarAcabou o convívio.
Só lixo pela comunicação,lixo viciante e viciado.
Um abraço,
mário
O teu Post, Armando, trouxe-me à memória outros Natais, que nada têm a ver com o que se comemora presentemente - o Natal do toma lá dá cá, em que o rei da festa é esse velhinho, gordinho e vermelhusco.
ResponderEliminarNesses Natais a festa era da família e para a família, com o que era tradicional - as batatas cozidas, o polvo as couves e as rabas. Fazia-se a aletria de talhada, e as rabanadas. O bolo rei era oferta de algum familiar que vivia na cidade.
E aguardavam-se as prendas ( umas bolachitas, uns rebuçaditos ...) que o Menino Jesus deixava no sapatinho.
Onde isso já vai, Armando...
Boas memórias:)Deliciosas, algumas. :P
ResponderEliminarConfesso que também tenho saudades de recber um postal de natal pelos correios...
beijos para ti e para Pedome!
Feliz Natal caro Armando, para si e para os seus :) Abraço!
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