Para os que não tinham muita urgência em chegar a Chaves, havia uma carreira que pelas 9 horas da manhã
chegava à cidade, nome pelo qual, carinhosamente se tratava Chaves.
Esta carreira, fazia o percurso
Vinhais-Chaves, não tinha tão grande utilização por estudantes, mas era a única
alternativa para quem quisesse viajar entre Rebordelo e pelo menos a Bolideira,
com destino a Chaves.
Esta viagem era mítica. Mítica
pela duração, pelo percurso e, essencialmente, pelos frequentadores. Como
momento alto de tantos percursos que efetuei, recordo um, pela sua
originalidade.
Num dos não raros dias de nevada
pela região de Rio Livre, fizemo-nos à estrada nesta carreira, com cerca de
meia hora de atraso. Isto era o menos e até bastante compreensível dado a
camioneta vir de Vinhais. Na viagem seguíamos três passageiros, (clientes, como
agora se chama), os quais fomos logo avisados que a camioneta circularia com a
porta aberta. Estranhando a razão, foi-nos prontamente esclarecido que era por
motivos de segurança. Estranha explicação que mais à frente se percebeu
claramente a sua razão de ser. Nas curvas e contra-curvas a seguir à ponta da
Pulga, a camioneta começa a patinar no gelo e a resvalar para a valeta. Os
ocupantes perceberam que a “evasão” pela porta era o caminho mais seguro e
precipitaram-se todos para o exterior. Felizmente a camioneta estabilizou e
seguimos viagem. O resto da viagem correu normalmente, mesmo no alto da
Bolideira ou na curva de Águas Frias sempre fustigada pela geada.
Peripécias de quem no interior
norte teve o seu berço.
A carreira Chaves-Vinhais,
normalmente efetuada pelo autocarro 63, merecia uma homenagem pública. Quem
sabe um dia ainda dá um livro ?
Armando Sena
Aspecto cómico mas prático de sobrevivência do Transmontano !
ResponderEliminarAgradeçendo Graça Gomes pela foto, saudações Rio Livre .
Sempre muito interessante repor memórias, Armando Sena.
ResponderEliminarTudo de bom :)
Muito bom...:-))))
ResponderEliminarE, a foto, magnífica!