Se coisas há que unem as terras de Rio Livre, para além da
EN 103, são as camionetas da Auto Viação do Tâmega.
Desde os idos tempos em que este serviço interrompia os
jogos de futebol que, à falta de melhor espaço se realizavam na estrada, até
aos mais recentes, estes icónicos donos do asfalto, marcam de forma decisiva as
terras e as gentes de Rio Livre.
A forma prática, nem sempre versátil e relativamente
económica do serviço prestado pelas carreiras Vinhais-Chaves; Travancas-Chaves
e Roriz-Chaves, permitiam que as pessoas conseguissem chegar ao centro urbano,
sendo que, sem este serviço não teriam alternativa.
De madrugada começava a debandada de estudantes das aldeias
mais distantes com pontos de recolha relevantes como era o caso da Bolideira. A
carreira Travancas-Chaves, recolhia as crianças pelas seis da manhã e
despejava-as nas ruas e cafés de Chaves às sete horas. Depois, era recorrer à
imaginação e espírito de sobrevivência para matar o tempo até à abertura da
escola (oito e meia), por vezes envolvidos em denso nevoeiro e temperaturas
negativas.
O regresso era sempre mais simples, generoso e apetecível.
Pelas 18.30 horas, começava a romaria para os pontos de recolha: A Garagem, a
Shell e a Polícia. Engraçado que estes termos, pelo menos os dois últimos, não
têm já nenhuma ligação ao seu estado atual.
Havendo uma ligação direta a Faiões e às Travancas, cabia ao
serviço de Vinhais reunir todos os que se deslocavam ao longo da EN 103
(Assureiras, Casa dos Barros, Águas Frias, Casas de Monforte, Bolideira,
Tronco, Pedome e por aí adiante até Vinhais). Este serviço foi efetuado durante
décadas por uma dupla de respeito: Norberto, motorista e Santarém, cobrador.
Muitas histórias haveria para contar, especialmente nas
viagens de quarta-feira ao fim do dia, o dia da mítica feira semanal de Chaves,
mas já não há espaço neste post, fica para a próxima.
Armando Sena
Esperamos com impaciência essas histórias !
ResponderEliminarSaudações Rio Livre
Li o texto no grupo Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro. Acho que comentei.
ResponderEliminarA ligação Mirandela Chaves e vice-versa faz parte de um tempo de juventude. Ainda estudei um ano em Chaves e passei por lá férias...E lá ia eu nos autocarros da Tâmega...
Bjo, Armando Sena :)