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Pedome Trás os Montes

Nesta casa de gente muito nobre, chovia por vezes na lua nova e na velha. Vocês sabem do que eu estou a falar...

Pedome Trás os Montes

Para os mais velhos que já não se lembram e para os mais novos que ainda não existiam, aqui fica a homenagem devida.
Deste lugar saíam coisas grandiosas.
Em primeiro lugar, as sestas do Tio Justino. A seguir, as almoçaradas com o Videira e a Fátima pelo Domingo Gordo. Depois, as potadas de aguardente, completamente ilegal como todo o bagaço que se preze, acompanhada pelas primeiras nozes que se colhiam na Praina.
Por fim, digo eu, porque os meus amigos poderão identificar mais, a música com que o Videira nos brindava todos os dias, de manhã à noite. Toda a gente em Pedome, desde o Xoino à Tia Bárbara sabia quem era o Quim Barreiros.
Era ou não uma maravilha?

Pedome Trás os Montes


Por aqui já todos passámos. Ainda a rua não era calcetada, com a fraga que havia ao lado da loja do tio Branco, carregando erva verde na Primavera ou o feno no Verão. Aqui, encontrávamos o Tio Zé Teixeira sentado na escada que ainda se pode ver à direita e matutávamos nas janelas gradeadas do lado esquerdo. Porquê as grades? E ainda hoje não sei a resposta.

Pedome Trás os Montes


Dois dos ícones de Pedome. O primeiro, o forno, por onde rondávamos em vésperas de Páscoa à procura de um sibinho de folar ou uma rodela de salpicão que menos bem introduzida na massa, caía enquanto a divinal iguaria pascoal cozia no forno. À volta e enquanto se esperava, contavam-se batalhas havidas e planos de novas. Assim erámos crianças em Pedome. Pelo meio, esvaziávamos o resto dos ovos usados na massa dos folares e punhamo-los dentro de uma só casca no borralho. Isto, nos tempos em que a Playstation era uma miragem, pois se nem luz eléctrica havia...
Sobre a capela, embora mais recente, recordo as acalentadas discussões sobre a necessidade da sua construção, a sua localização e a inevitalidade de deitar abaixo a antiga. E claro, como na poça ou qualquer obra que se fizesse em Pedome, teria que haver discussão acalorada. Eram bons tempos.

Pedome Trás os Montes

A casa do Tio António Branco e Zé Teixeira. Naquela varanda, que já não existe, já fomos todos tão felizes.

Pedome Trás os Montes

Fica aqui a casa de Pedome com o nome mais enigmático conhecido. A casa d'Além. Porquê o nome? Penso que, provavelmente, porque as pessoas que assim a chamavam, não viviam lá. Emparedada entre a casa do Zé das Bouças e da Tia Laurinda, agora do Videira embora nunca lá tenha vivido, serviu imensas causas e para muitos e variados fins. Hoje, também ela, embora repleta de história, está abandonada.

Pedome Trás os Montes

O palheiro do Tio Luis. Uma lembrança de tempos idos. Da apanha do feno, da poeira que nos entranhava, nos secava a garganta que o Tio Luis depressa humedecia. O vinho, nem sempre óptimo, mas nunca em falta. O palheiro, tão baixo e com dois andares no interior, cheio de feno, cheio como um ovo.

Pedome Trás os Montes


Das casas imponentes de Pedome, esta seria a mais imponente. A casa da Tia Irene, para os da minha geração.
A eira em frente da casa era um ex-libris de Pedome. Aí se suou muito nas malhadas e acarrejas. Suor de muitos que nem o pão que malhavam já lhes pertencia. Para esses também, a minha homenagem.

Pedome Trás os Montes


A casa que se segue é a da Tia Bárbora. Era daqui que saía o Tio Bajalé com o gaiteiro, depois de apanhar uma raposa, para dar a volta à quinta. Grandes tempos.

Pedome Trás os Montes


Aqui fica a primeira foto de uma das casas de Pedome.
Se a felicidade de um casal se medisse pela vista que se tem de casa, a Tia Albertina e o Tio Jaime seriam, sem dúvida, o casal mais feliz do universo.

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